"Tens sorte ao amor?"
- Ines P Antunes
- 16 de mai. de 2017
- 2 min de leitura

Aposto que alguém já te perguntou isto: - "Tens sorte ao amor?". Não há respostas certas, não há uma raiz quadrada ou uma formula matemática que dite o que é isto da sorte, muito menos do que é ter sorte ao amor. Talvez a física quântica um dia se preocupe com isso, mas por enquanto, continua um mistério. - "Mas e tu... não tens grande sorte no amor pois não?" - perguntaram-me novamente. Fiz cara de quem pensa mas não sabe o que responder. Quem me dera ter uma formula, a tal formula, para poder explicar melhor o que acho dessa história da sorte, e outra para explicar o que acho da sorte ao amor. Não sou de palavras feitas, mas a verdade é que, pela minha experiência, a sorte dá - muito - trabalho. E, no amor, não pode ser doutra maneira. Ter sorte ao amor dá trabalho. Tens que primeiramente sentir-te disponível para gostar de alguém. Depois, tens que encontrar alguém que te interesse. Depois, tens que criar cumplicidade com essa pessoa. Depois, têm ambos que estar na mesma linha energética (e as pessoas acham que é aqui que entra a palavra "SORTE"); mas e o depois? Quando passa a paixão, as borboletas na barriga, o piscar de olhos rápido, a gaguez inesperada e nervosa, a ansiedade de não combinar? Quando passa aquilo a que as pessoas chamam de "sorte", vem a tal sorte que dá trabalho. Esta sorte passa por conhecer a pessoa com quem se teve a "sorte" de combinar uma vez no tempo do campo energético, e torná-la permanente. Duas pessoas, para se gostarem continuadamente, têm que viver em conjunto no mesmo campo energético. E isso não é nada fácil... É quase uma receita de fabrico de super-heróis ao estilo Powerpuff Girls: combinar dois indivíduos diferentes, com personalidades diferentes, mexer com açúcar em pó e fazer o amor continuar. Dá trabalho... oh, se dá! E muitas pessoas não estão disponíveis para tal trabalho... - "Mas, afinal... Tens ou não tens sorte ao amor?" - regressa a pergunta. Depois de pensar no sentido disto tudo, posso responder com alguma assertividade que até hoje não tive grande sorte no amor. Mas tenho uma grande sorte que compensa tudo isto: tenho a sorte de saber amar. Esta capacidade de ser feliz e lutar pelo que amo. Esta vontade de confiar nas pessoas, de me dar a conhecer e de conhecer os outros. Este ir sem medo (ou melhor, com algum medo, mas sem que o medo me impeça de seguir) e este gostinho particular por borboletas na barriga, sem olhar para o passado... Este viver o presente como se nunca me tivessem magoado. Se fui até hoje feliz no amor? Não. Mas vivo em plena consciência de que sou muito feliz a amar.
Com amor, Ines xx
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