Fui a Matosinhos

Olá, olá!

Pois é, aproveitei a minha primeira manhã no Porto e apanhei o autocarro 502 e fui directa a Matosinhos. Fui ver o mar, conhecer o mercado, ver ao vivo a famosa Anémona e beber um belo café numa esplanada. Podia dizer-vos mil e uma razões para ter decidido ir a Matosinhos mas a realidade é que as razões foram muito poucas. Há dias lembrei-me do titulo de um livro de uma autora de quem gostava muito na minha adolescência, a Susanna Tamaro, "vai aonde te leva o coração", e não haverá melhor forma de explicar a minha ida ao Porto e a Matosinhos. O coração pediu e lá fui eu.

O primeiro local a visitar foi o mercado. Adoro mercados. Em menina ia com a minha avó à praça e acho que o gosto por mercados locais vem daí. Até mesmo o cheiro dos mercados me aquece a alma. As memórias têm destas coisas e os nossos sentidos fornecem-nos várias memórias.

É muito característico o cheiro de um mercado português e eu pessoalmente adoro as bancas de fruta. Vi uma banca toda composta, linda mesmo, e pedi à senhora se se importava que tirasse fotografias (a ideia na altura foi mesmo trazer para Inglaterra fotos do mercado para mostrar aos meus meninos na creche, mas não resisti a partilhar esta banca também com vocês). A senhora, com um sorriso rasgado disse-me "está à vontade menina, então não há de poder?". E ponto, lá me armei em fotografa.

Depois de umas boas voltas por este mercado, peguei em mim e segui a rua. Pensei: "bem esta senhora parece saber por onde vai"; e lá fui eu, discretamente atrás da senhora. Depois vi uma rua muito comprida e iluminada e segui essa rua até ao fim. Quando dei por mim, percebi que estava numa das ruas por onde o autocarro havia passado para ir dar ao mercado. Pensei: "bem vou voltar atrás mas pela rua paralela". Segui caminho e quando dei por mim, estava ao pé da praia. Pensei para mim "olha que bem! Querias tanto a praia e vieste cá dar". Realmente, se seguirmos o coração, nunca nos perdemos.

Vi então a esplanada do Ondas Do Mar, enorme e com bastante espaço. Para mim estava muito vento para me atrever a ir passear na areia, mas muitos locais andavam de calção de banho e biquíni.

Sentei-me na esplanada e pedi o meu café.

Aproveitei e tirei a minha selfie.

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Não vou muitas vezes sozinha a algum sitio para passear. Aliás, a primeira vez que o fiz foi há precisamente dois anos. Já em Bristol, Inglaterra, quando decidi, ao fim do meu primeiro mês de trabalho, pegar em mim e seguir caminho até à Ponte Suspensa. Nunca me senti tão orgulhosa de mim mesma. Pela primeira vez tinha passeado para um local desconhecido, por mim, para mim e somente só com a minha companhia. Apesar das minhas vertigens percorri a ponte de um lado ao outro, e regressei pelo outro lado para poder contemplar a paisagem o melhor que consegui (confesso que o regresso foi mais tumultuoso); mas a partir deste dia percebi como era bom estar sozinha comigo, como era bom fazer algo por mim. E tirei a minha selfie. Completamente descabelada e desfocada, mas mesmo assim partilhei-a nas redes sociais tamanha a minha alegria.

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De regresso, pedi indicações no Ondas Do Mar para poder regressar ao mercado. O senhor foi super atencioso e indicou-me o caminho. Com duas palavras e eu já sabia por onde ir. Regressei ao mercado e apesar de ter ficado mais de meia hora à espera do autocarro 500 (que me levaria ao centro histórico da cidade do Porto), e que deveria ter demorado apenas 10 minutos a chegar... toda a viagem de regresso compensou toda a espera.

Vi partes de Matosinhos que não tinha visto a pé.

Vi todas as praias...

Deslumbrei-me com a Anémona que, apesar de em todas as fotos parecer fixa, se movimenta ao sabor do vento, tal e qual a rede dos pescadores.

E fiz todo o percurso até ao centro histórico do Porto, passando pelas praias, pelo palácio do Queijo, pela Avenida da Boavista, pelo Rio Douro vendo Gaia ao fundo... Mas essa partilha, ficará para um próximo post. Até lá, viagem. E não se esqueçam, vão aonde vos levar o vosso coração! Com Amor, Ines xx

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